+ A Costureirinha da Ajuda
Era suposto ser da Sé, mas ando mais por estas bandas e o rótulo assenta-me melhor cartograficamente. Adiante... ando a coser. Nem cebolas ou batatas. Coser, com "s". Pedi à sogra, sabedora da arte, e lá me veio parar a casa uma máquina de costura portátil com pedal e tudo. Foi mais de uma hora descortinar como é que raio se enfiam as linhas e por que buracos e como é que, por obra e graça de uma entidade qualquer, a linha de cima se enrola em nó com a de baixo. Cosi mas ainda hoje não sei como... Mas o meu serão estava longe de ter tanta agitação, mas como TODO o mundo resolveu passar os olhos pelo The Ring 1 na altura em que o The Ring 2 estreia em cinema, fiquei sem filme nocturno para alugar. E insisto em não ver a sequela sem o primeiro... E o povo nem deixou nem um nas prateleiras do Blockbuster para me maravilhar esta noite. Eu, que precisava tanto e me distrair depois deste dia surreal , repleto de tsunmis imaginários e reportagens fora de prazo, fiquei pregada à máquina de costura. Tenho o gajo meio dormir colado aos olhos da Kim Basinger, no AXN, martelo como uma louca neste teclado e olho de soslaio para a cozinha. Boa ideia a de ter organizado, cá em casa, nesta gaiola onde cabem dois, um belo jantar de Páscoa com família e ovos Kinder... Não consigo ver a torneira, existem pratos gordurosos, copos encavalitados e um sem número de talheres espalhados pelo balcão chamando pela Arlinda. Este anjo cabo-verdeano que nos deixa a casa num brinco todas as semanas, terá um treco dos grandes quando avistar a montanha de cerâmica, comida e molho que esperam por detergente. Já nem garfos limpos tenho. Limpei dois na casa de banho, com sabonete líquido, para o jantar de hoje. Não me orgulho desta indiferença pela lida doméstica, mas depois de 12 bocas, 24 pés e mãos e 12 rabos para sentar, só possível virando o sofá ao contrário, mereço este descanso. Arlinda, força rapariga, és a maior!!
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