+ Cruzes, credo e muita azia
Ando a vaguear pela casa, como se tem tornado meu apanágio, a horas tardias e não estou etilizada (coisa que devo evitar desde há sete meses para cá) ou alterada pelos contornos da vida nocturna (coisa que simplesmente NÃO consigo com os 13 quilos a mais que carrego nesta minha estrutura corporal). Entrei no maravilhoso mundo da AZIA... e se o termo se aplica metaforicamente para algumas personalidades que pontilham a minha vida, pública e social, actualmente conheço o amargo literal do termo!
Reconheço que a crença popular de que o excesso capilar do embrião é o motivo para tamanho desconforto no esófago é totalmente barroca, bacoca e chalopa! A bacana subiu, pressiona o estômago e lá vai disto! Refluxos a torto e a direito e não há antiácido que resista, nem chá quente, nem amêndoa com pele (outra crença popular...) nem leitinho magro. Como tal, nesta noite em branco passeio pela casa com a azia de lado a marterizar-me a vida e o sono.
Não deixo, no entanto, de sentir que existem "azias" de efeito bem mais nefasto... se houve coisa que me deu um ácido daqueles (não estamos a falar de estupefacientes!) foi mais um discurso demagógico/tonto/intelectualista do nosso Louçã... que esquecendo de envergar a camisinha Façonnable, bem característica do seu camarada Rosas, surgiu de lã (en)cardada a desdizer e a amaldiçoar os crucifixos nas paredes das escolas. O mesmo homem, de batina invisível e oratória eclesiástica de quem sofreu abusos e frustrações no seminário onde cresceu, veio em defesa da parede vazia. Ora aí está uma medida que muito influirá na melhoria de vida dos portugueses, na progressão socio-económica e no desenvolvimento cultural deste nosso povo que já carrega uma bela cruz... às costas.
Devido à ocupação da Mãe, andei de escola em escola durante os 4 anos do 1º ciclo, então designado de Primária. Os Ministros mandavam, a mãe lá ia... e eu atrás, que a vida não era para infantários, tempos livres ou ATL's. Não houve ano que repetisse o mesmo estabelecimento. E quase todos, de aspecto bolorento e salazarento, deveriam, concerteza, ostentar um Cristo nas paredes, por cima do quadro negro. Não me lembro, não me recordo e, muito honestamente, a imagem, chocante ou não, não deixou marcas na memória, na vista e não feriu a minha pobre alma.
Não vou à missa, entro em vulgar confronto com a instituição católica, não pretendo baptizar a bacana e não casei pela Igreja. Na verdade, com Cristo na parece ou não, a minha vida tem-se pautado por um lllooonnnngggggooooo e verdadeiro pecado aos olhos da Igreja, e não foi a presença assídua do Salvador nas paredes das escolas que frequentei que ditou o meu modo de vida.
Somos um estado laico, concerteza... Crucifixos, felizmente para uns e com tristeza para outros, são hoje ornamentos já sem nexo nas escolas. Bibelots tão santos quanto os ponteiros (há muito abandonados graças a... Ups! Somos um estado laico!!!), o mapa de Portugal com as principais vias ferroviárias ou o quadro de Sampaio. Pedir a retirada dos ditos do interior das salas de aula só me parece plausível se um pai ou encarregado de educação de um aluno fizer muita questão e requisitar o dito procedimento à escola... O problema levanta-se se, a par desse pai ou dessa mãe, se manifestarem os restantes paizinhos em defesa do crucifixo. Temos levantada uma verdadeira guerra santa que, até hoje, não existiu. Os meninos e meninas iam às aulas... aprendiam a ler e a escrever... cresciam e procriavam e nem se lembravam, nos seus piores pesadelos, que teriam passado por escolas com crucifixos na parede. Honestamente, não há Renie ou Konpensan que resista a esta azia...
3 Comments:
Portugal é um Estado laico. Se Isso está escrito na Constituição... porque diabo (é apenas uma força de expressão e, espero que a palavra não te ofenda) as paredes das salas de aula dão a entender o contrário?
É que estes "bibelots" têm um significado: a ti podem não te dizer nada... mas, neste país, há pessoas para quem não é assim. Não falo apenas das Marias e dos Bernardos. Falo também dos Moahmeds e das Ruths.
A "decoração" dos locais públicos deve ter isso em atenção.
5:17 da tarde
Eu cá até me chamo Maria mas sou absolutamente contra a presença de crucifixos na escola. E serei como dizes uma encarregada de educação muiiiiito chata se quando a bacana entrar para a escola tiver o coitado do senhor lá de braços abertos em agonia espetado na parede.Para mim está ao nível do joelhódromo de Fátima. Fujo destes fundamentalismos bacocos e ignorantes a sete pés. E provoca-me muita azia de facto.
5:46 da tarde
Eu cá não concordo com nada disto !
Ponto um: O Cristo tem de sair da parede.
Dois: E é claro que a maldita Azia é do cabelo !
Só o tempo o dirá, no entanto para os dois casos recomendo as benditas Renies e os Kompensans !
1:19 da tarde
Enviar um comentário
<< Home