O tema devia ser abordado por esta mãe, por razões que eu e ela conhecemos, mas não me contenho...
Peço-lhe, então, que o faça um dia destes.
A bacana que me arranhava a barriga e que agora me adoça a vida, deu uma gargalhada pela primeira vez durante o sono. O primeiro riso foi em pleno sono. Nunca a tinha ouvido. Estava de olhos fechados, num sétimo sono, a gargalhar. Do mesmo modo, foi também durante o sono que a ouvi dar um esgar de choro que nunca tinha ouvido. Nunca. Tinha traços de adulto, um choro maduro, lancinante, que nunca mais lhe ouvi.
Não sei de onde veio.
Não sei que sonhava ela...
E acreditando na teoria de que a imaturidade do sistema nervoso leva a uma dificuldade de construção da memória nesta altura da vida, não deixo de pensar que estes actos inatos já foram feitos, aprendidos, repetidos. Que trazemos todos, de outros lados e de outros tempos, experiências que não lembramos. Só em sonhos.