O Cósmico Segredo das Horas Vagas

28 abril, 2005

Foram 3 dias. Três dias de grande sacrifício para os trabalhadores da RTP. Como sacrificados têm sido ao longo destes últimos anos. Defendem a empresa acusada de pesar no erário público, de parcialidade editorial ou "funcionarismo público", de despesismo, limpam as casas de banho desarrumadas por Manueis Subtis. Têm sujo as mãos e dado o rosto por uma empresa e estratégia em que acreditam. No mínimo, mereciam o respeito de quem passa e nunca fica...


Greve!! Posted by Hello


Amsterdam!!! Posted by Hello

+Greves, Amesterdão e Pfftttt

Isto é um verdadeiro 3 em 1, salvo seja... Um triângulo invertido (alusão ridícula...) que, supostamente, tem os vértices "inligáveis" (e esta? Inventei agora... constará do Dicionário da Academia das Ciências dentro de 20 anos?). Passo a explicar. Prefiro não argumentar os porquês da ausência de blogs, posts e comments ao cósmico segredo das horas vagas. Basta dizer que as minhas horas vagas não têm tido segredos e, por sinal, nem têm existido para serem preenchidas com os batimentos surdos no teclado. Adiante.
Estive de greve! Enchi o meu peito de contestações vermelhas de trabalhador explorado e enchi a boca de convicções e rendi-me ao poder do braço cruzado. Fi-lo com muito orgulho e voltarei a não mexer um dedinho mas a dar corda à língua quando voltar a ser necessário. Mas as manifestações, conferências de imprensa e as massas corporativas desses turbulentos dias (tambem 3, por sinal) ficaram no gate 12 do aeroporto Sá Carneiro.
Voei para Amsterdão. Não tinha grande noção do que iria encontrar. Tinha conhecimento do básico: a red light district, a erva e os canais fedorentos. Só o fedor não se comprovou. Como é possível um país do tamanho do Alentejo ter a evolução económica que tem, a emancipação socio-cultural que possuiu e o corpo denso de todo um povo que tem plena noção que mais de 50% do território foi roubado ao mar. Porque se Deus fez a Terra, os holandeses fizeram a Holanda. A casa-museu de Anne Frank é de uma intensidade avassaladora. A paranóia por bicicletas torna-os potenciais homicidas VOLUNTÁRIOS em via pública, mas confere-lhes um ar saudável!!
São umas bestas, é certo. Falta-lhes calor, humildade e braços abertos, mas compensam no domínio da língua inglesa, nas redes de transportes públicos exemplar e na oferta surpreendente que disponibilizam a nível do comércio e turismo. Com 66 euros no bolso, metemo-nos no combóio e em seis horas metemo-nos em Berlim. A simpatia parece ser uma substância em déficit por estas bandas, mesmo a 700 km de distância, mas é de um "primeirismo" (também inventei!!) a toda a prova. A limpeza das ruas, a promoção dos edifícios e monumentos históricos e um custo de vida bem mais apetecível ao tuga pobrezinho, é suficiente para esquecer que os alemães têm um grave problema a resolver na marquesa de um psiquiatra.
(continua...)